sábado, setembro 13, 2003
XIX. 11 de Setembro e blogues anónimos
Aproveitando um intervalo na sua labuta, barman debruça-se sobre a manchete de quinta-feira, do jornal “Público”. Observa o destaque dado ao 11 de Setembro chileno, e dá conta das diversas reacções que gerou nos últimos dias, em particular na blogosfera.
Independentemente da opinião que tenha pelo paralelo protagonismo dado aos dois factos, releve-se o interesse que teve para alguns (onde me incluo), reavivar a memória dos acontecimentos desse longínquo 11 de Setembro, vivido em terras chilenas. Digo isto, pois ignorava muito do que foi relatado nos artigos dedicados ao assunto. E sob esse ponto de vista, revestiu-se de um carácter formativo.
Mas, o que mais sensibilizou este modesto barman, foram dois textos publicados no “Público”. Um (editorial) do director do “Público” e outro de Miguel Sousa Tavares.
Em relação ao primeiro, devo dizer, arrepiou-me ler aquele dito, atribuído a Hugo Grotius, sobre “a legalidade de matar aquele que se está a preparar para matar”. Compreendo a necessidade de se reforçarem as teses que levaram os americanos a terem de agir. Mas causa-me grande confusão dissolver este tipo de expressões. Repare-se, seguindo o dito à letra, torna-se complexa a averiguação de tais intenções. Como é que se faz essa análise e como é que se toma essa decisão? Não queria estar na pele de quem decidisse pela vida de outrem, sem estar rigorosamente certo das intenções alheias.
Em relação ao artigo de opinião de Sousa Tavares, o que me leva a referi-lo, baseia-se no que foi escrito no quinto ponto do seu texto. O uso do anonimato via internet.
Não se pode aceitar que todos sejam tratados, como se fizessem parte do mesmo grupo. Uma coisa é fazer uma espécie de ensaio sobre o quotidiano, outra, completamente diferente, é tecer graves acusações a sujeitos concretos sem estes se poderem defender. No que concerne aos últimos, perfeitamente de acordo com os argumentos invocados. O que custa a digerir, é esse género de intolerância para com os blogues anónimos que vai proliferando por aí. Retiram-lhes a credibilidade e julgam-nos cobardes. Se há coisa de que barman não pode ser acusado, é de falta de intrepidez . Cobardia é coisa que não habita, nem habitou, por estes lados. Medo, sim. Mas as fronteiras distinguem-se bem (na minha perspectiva, claro). Se um dia virem barman acusar ou difamar alguém, sob a capa do anonimato e sem demonstrar o que afirma, apontem-lhe o dedo. De outro modo reafirmo o que disse nos posts IV e XII.
Aliás, penso que em última instância, os prejudicados são os autores. Se estes revelarem algum tipo de talento escondido e quiserem fazer uso dele, podem vir a encontrar problemas em provar a sua autoria (lembro-me deste, daquele e de daqueloutro).
Desde que frequento a blogosfera (vai para um ano), que este meio de comunicação me pareceu bom demais para ser real. Apesar dos maus humores pontuais para com a blogosfera (ver post VIII), o facto é que vislumbro no mundo dos blogues, aspectos positivos que não julgava existirem neste país
Temo estar a iniciar-se o processo, para legitimar o controlo superior da blogosfera. Se assim acontecer, acaba-se com a sua essência.
Só para terminar, descortinei no artigo de Tavares alguma incoerência. Então se “a única resposta digna e possível às acusações anónimas é ignorá-las, esquecê-las e não as reproduzir”, porque é que deu tamanho destaque a tão ignominiosos autores?
PS: Barman é, desde há muito, um indefectível seguidor e admirador do trabalho de Miguel Sousa Tavares. Alguns exemplos: Grande Reportagem (desculpe-me Francisco mas perdi uma certa imagem que tinha da GR, valeu-lhe aquela tirada dos livros da “Asa” para manter a fidelidade); artigos de opinião do “Público”, de “A Bola”; programas televisivos como. “Terça à Noite”, “Viva a Liberdade” e (aquelas entrevistas que repartia com a Margarida Marante. Crossfire?). E há dias, saíram-me uns euros do bolso para iniciar um romance...
Portanto, tenho habilitação para dizer, que não lhe conhecia este tipo de incoêrencias.
PS2: Vejam a desfaçatez deste barman ;)
Independentemente da opinião que tenha pelo paralelo protagonismo dado aos dois factos, releve-se o interesse que teve para alguns (onde me incluo), reavivar a memória dos acontecimentos desse longínquo 11 de Setembro, vivido em terras chilenas. Digo isto, pois ignorava muito do que foi relatado nos artigos dedicados ao assunto. E sob esse ponto de vista, revestiu-se de um carácter formativo.
Mas, o que mais sensibilizou este modesto barman, foram dois textos publicados no “Público”. Um (editorial) do director do “Público” e outro de Miguel Sousa Tavares.
Em relação ao primeiro, devo dizer, arrepiou-me ler aquele dito, atribuído a Hugo Grotius, sobre “a legalidade de matar aquele que se está a preparar para matar”. Compreendo a necessidade de se reforçarem as teses que levaram os americanos a terem de agir. Mas causa-me grande confusão dissolver este tipo de expressões. Repare-se, seguindo o dito à letra, torna-se complexa a averiguação de tais intenções. Como é que se faz essa análise e como é que se toma essa decisão? Não queria estar na pele de quem decidisse pela vida de outrem, sem estar rigorosamente certo das intenções alheias.
Em relação ao artigo de opinião de Sousa Tavares, o que me leva a referi-lo, baseia-se no que foi escrito no quinto ponto do seu texto. O uso do anonimato via internet.
Não se pode aceitar que todos sejam tratados, como se fizessem parte do mesmo grupo. Uma coisa é fazer uma espécie de ensaio sobre o quotidiano, outra, completamente diferente, é tecer graves acusações a sujeitos concretos sem estes se poderem defender. No que concerne aos últimos, perfeitamente de acordo com os argumentos invocados. O que custa a digerir, é esse género de intolerância para com os blogues anónimos que vai proliferando por aí. Retiram-lhes a credibilidade e julgam-nos cobardes. Se há coisa de que barman não pode ser acusado, é de falta de intrepidez . Cobardia é coisa que não habita, nem habitou, por estes lados. Medo, sim. Mas as fronteiras distinguem-se bem (na minha perspectiva, claro). Se um dia virem barman acusar ou difamar alguém, sob a capa do anonimato e sem demonstrar o que afirma, apontem-lhe o dedo. De outro modo reafirmo o que disse nos posts IV e XII.
Aliás, penso que em última instância, os prejudicados são os autores. Se estes revelarem algum tipo de talento escondido e quiserem fazer uso dele, podem vir a encontrar problemas em provar a sua autoria (lembro-me deste, daquele e de daqueloutro).
Desde que frequento a blogosfera (vai para um ano), que este meio de comunicação me pareceu bom demais para ser real. Apesar dos maus humores pontuais para com a blogosfera (ver post VIII), o facto é que vislumbro no mundo dos blogues, aspectos positivos que não julgava existirem neste país
Temo estar a iniciar-se o processo, para legitimar o controlo superior da blogosfera. Se assim acontecer, acaba-se com a sua essência.
Só para terminar, descortinei no artigo de Tavares alguma incoerência. Então se “a única resposta digna e possível às acusações anónimas é ignorá-las, esquecê-las e não as reproduzir”, porque é que deu tamanho destaque a tão ignominiosos autores?
PS: Barman é, desde há muito, um indefectível seguidor e admirador do trabalho de Miguel Sousa Tavares. Alguns exemplos: Grande Reportagem (desculpe-me Francisco mas perdi uma certa imagem que tinha da GR, valeu-lhe aquela tirada dos livros da “Asa” para manter a fidelidade); artigos de opinião do “Público”, de “A Bola”; programas televisivos como. “Terça à Noite”, “Viva a Liberdade” e (aquelas entrevistas que repartia com a Margarida Marante. Crossfire?). E há dias, saíram-me uns euros do bolso para iniciar um romance...
Portanto, tenho habilitação para dizer, que não lhe conhecia este tipo de incoêrencias.
PS2: Vejam a desfaçatez deste barman ;)