quinta-feira, agosto 28, 2003
XIV. “FatBoys”
Como amante de futebol, barman já havia reservado um espaço para dele aqui falar. E sendo o tema mais falado pelas nossas bandas, resolveu abrir-lhe um cantinho neste humilde blog. Mas não proporcional ao seu real impacto.
Pensei, bem, de sete em sete “posts” falarei de futebol. Não! É melhor de dez em dez “posts”. Passadas treze “postas”, nada. Tem que ser hoje e calha bem (afinal uma equipa tem onze jogadores, há o décimo segundo jogador que é o árbitro, o décimo terceiro que são os auxiliares e por último o décimo quarto, o público).
Barman que se preze deste país, tem de gostar de futebol. Mais importante. Tem de falar de futebol. Mais importante ainda, tem de ser benfiquista. Para mal dos seus pecados, este barman é um indefectível portista. É complicado, muito complicado ser portista. Mas já foi pior.
Este fim-de-semana futebolístico revelou algo que, andava no ar, mas ainda não estava confirmado. O F.C.P. já consegue arrancar aplausos onde antes ouvia apupos e era apedrejado. Isto só prova que aquilo que parece irremediavelmente imutável no futebol, pode evoluir.
Reconheço que boa parte do ódio que este clube provoca por esse mundo fora (digo mundo porque boa parte dos “seis milhões” vivem além fronteiras), provém de uma forma muito peculiar dos seus dirigentes defenderem a sua dama. Foi, porventura, compreensível na altura de quebrar a hegemonia dos clubes de Lisboa. Hoje é de todo contraproducente. Apesar disso, o meu clube continua a não mexer com os corações da nação como o faz (ou fez) o arqui-rival Benfica. Basta imaginar o que não seria substituir o nome F.C.Porto nos títulos alcançados esta época, por S.L. Benfica. Era o delírio absoluto. A crise que por aí se apregoa seria apenas uma situação pontual.
Constatei com surpresa que o género de adeptos dos três grandes, não representam aquilo que pensava há tempos atrás.
Seguia e sigo o fenómeno benfiquista, a equipa de futebol, admirava muitos dos seus treinadores, nomeadamente Eriksson que respirava classe e fair-play, num mundo adverso para tal. E julgava os adeptos benfiquistas como esses treinadores. O tipo de adepto modelo. Esta visão era reforçada ao cruzar-me com alguns adeptos do meu clube. Verdadeiros “grunhos”.
Foi com espanto que assisti por via de um pré histórico televisor de uma casa alentejana com vista para a “fulminada” Serra de São Mamede (isto só para dizer, que já estive em Castelo de Vide e me dói pensar no que aconteceu à Serra das águas “Vitalis”), à derrota do Benfica frente ao Rio Ave. Três bolas a uma. Era Manuel José o treinador encarnado. O intocável Benfica caía. E com a queda se viu o pior dos benfiquistas. Presidentes demagogos e habilidosos; assembleias de clube “seguras” por “body guards” e própria aos impropérios; festas de futebol transformadas em sangue nas bancadas (esta tive oportunidade de ver ao vivo e falarei dela noutro post).
Os adeptos do Sporting que mesclam entre si o adepto popular com o adepto mais elitista, confirmaram aquilo que sempre pensei deles. Querem ver é bom futebol e entrega dos seus jogadores (daí se justifiquem aquelas enchentes durante dezoito anos de jejum, chegavam a ter médias de vinte e cinco mil adeptos por época no seu estádio). Os resultados virão por acréscimo.
Os adeptos do Porto são, em boa parte, saloios do norte do país, outra boa parte são adeptos proveniente das zonas pobres da cidade, outra parte significativa são oriundos da pequena e média burguesia e sobram alguns nomes de vulto e mais uns adeptos que são hoje do Porto como seriam do Benfica se estes estivessem no caminho das vitórias. Estes dão exemplos de sã convivência interna mostrando-se capazes (não julgava possível) de aplaudirem ex-atletas do clube que alinhem em clubes rivais.
Os adeptos benfiquistas são capazes de se afrontarem entre si, de assobiarem os futebolistas do próprio clube, de vituperarem quando o sua equipa deixa de humilhar outra que já perde por cinco zero e têm sobre eles uma desmesurada dimensão de grandeza. Rangel chegou a dizer que o Benfica é maior que portugal (o pê minúsculo não é um erro ortográfico, o Benfica também tem força na ortografia).
Sobre futebol, barman já leu alguns “posts” interessantes, no aviz de Francisco José Viegas (ilustre portista), no Desejo Casar, ou no Homem a Dias.
PS: Como adepto do F.C. Porto que sou, será justificável algum excesso de parcialidade. Miguel Sousa Tavares também se ressalvou no início das suas “Nortadas” na “A Bola”. A imparcialidade no futebol é um mito?
Pensei, bem, de sete em sete “posts” falarei de futebol. Não! É melhor de dez em dez “posts”. Passadas treze “postas”, nada. Tem que ser hoje e calha bem (afinal uma equipa tem onze jogadores, há o décimo segundo jogador que é o árbitro, o décimo terceiro que são os auxiliares e por último o décimo quarto, o público).
Barman que se preze deste país, tem de gostar de futebol. Mais importante. Tem de falar de futebol. Mais importante ainda, tem de ser benfiquista. Para mal dos seus pecados, este barman é um indefectível portista. É complicado, muito complicado ser portista. Mas já foi pior.
Este fim-de-semana futebolístico revelou algo que, andava no ar, mas ainda não estava confirmado. O F.C.P. já consegue arrancar aplausos onde antes ouvia apupos e era apedrejado. Isto só prova que aquilo que parece irremediavelmente imutável no futebol, pode evoluir.
Reconheço que boa parte do ódio que este clube provoca por esse mundo fora (digo mundo porque boa parte dos “seis milhões” vivem além fronteiras), provém de uma forma muito peculiar dos seus dirigentes defenderem a sua dama. Foi, porventura, compreensível na altura de quebrar a hegemonia dos clubes de Lisboa. Hoje é de todo contraproducente. Apesar disso, o meu clube continua a não mexer com os corações da nação como o faz (ou fez) o arqui-rival Benfica. Basta imaginar o que não seria substituir o nome F.C.Porto nos títulos alcançados esta época, por S.L. Benfica. Era o delírio absoluto. A crise que por aí se apregoa seria apenas uma situação pontual.
Constatei com surpresa que o género de adeptos dos três grandes, não representam aquilo que pensava há tempos atrás.
Seguia e sigo o fenómeno benfiquista, a equipa de futebol, admirava muitos dos seus treinadores, nomeadamente Eriksson que respirava classe e fair-play, num mundo adverso para tal. E julgava os adeptos benfiquistas como esses treinadores. O tipo de adepto modelo. Esta visão era reforçada ao cruzar-me com alguns adeptos do meu clube. Verdadeiros “grunhos”.
Foi com espanto que assisti por via de um pré histórico televisor de uma casa alentejana com vista para a “fulminada” Serra de São Mamede (isto só para dizer, que já estive em Castelo de Vide e me dói pensar no que aconteceu à Serra das águas “Vitalis”), à derrota do Benfica frente ao Rio Ave. Três bolas a uma. Era Manuel José o treinador encarnado. O intocável Benfica caía. E com a queda se viu o pior dos benfiquistas. Presidentes demagogos e habilidosos; assembleias de clube “seguras” por “body guards” e própria aos impropérios; festas de futebol transformadas em sangue nas bancadas (esta tive oportunidade de ver ao vivo e falarei dela noutro post).
Os adeptos do Sporting que mesclam entre si o adepto popular com o adepto mais elitista, confirmaram aquilo que sempre pensei deles. Querem ver é bom futebol e entrega dos seus jogadores (daí se justifiquem aquelas enchentes durante dezoito anos de jejum, chegavam a ter médias de vinte e cinco mil adeptos por época no seu estádio). Os resultados virão por acréscimo.
Os adeptos do Porto são, em boa parte, saloios do norte do país, outra boa parte são adeptos proveniente das zonas pobres da cidade, outra parte significativa são oriundos da pequena e média burguesia e sobram alguns nomes de vulto e mais uns adeptos que são hoje do Porto como seriam do Benfica se estes estivessem no caminho das vitórias. Estes dão exemplos de sã convivência interna mostrando-se capazes (não julgava possível) de aplaudirem ex-atletas do clube que alinhem em clubes rivais.
Os adeptos benfiquistas são capazes de se afrontarem entre si, de assobiarem os futebolistas do próprio clube, de vituperarem quando o sua equipa deixa de humilhar outra que já perde por cinco zero e têm sobre eles uma desmesurada dimensão de grandeza. Rangel chegou a dizer que o Benfica é maior que portugal (o pê minúsculo não é um erro ortográfico, o Benfica também tem força na ortografia).
Sobre futebol, barman já leu alguns “posts” interessantes, no aviz de Francisco José Viegas (ilustre portista), no Desejo Casar, ou no Homem a Dias.
PS: Como adepto do F.C. Porto que sou, será justificável algum excesso de parcialidade. Miguel Sousa Tavares também se ressalvou no início das suas “Nortadas” na “A Bola”. A imparcialidade no futebol é um mito?