domingo, agosto 24, 2003
XII. Impessoalidade e ideias
Depois de servidos uns G&T num fim de tarde calorosamente agoniante, barman viu-se obrigado a providenciar umas gemadas anti ressaca. Não sabe como é que a coisa se desenrolou. Certo é que, quiçá, pelo espírito ébrio, dissolveu mal o seguinte devaneio: “(...)cuja verdadeira identidade é desconhecida, procedimento aliás habitual nos carrascos, que assim evitam constrangimentos na sua vida social”, escrito no Glória Fácil (ou Gl?ria F?cil, decidam-se).
Eventualmente, estarei a fugir ao contexto do dito, mas ergueu-se a questão da impessoalidade na blogosfera.
Obviamente, que o autor (João Pedro Henriques), não pensava neste modestíssimo prosador (que pretensão a minha), não obstante, barman sentir-se visado no comentário.
Como é sabido, nem todos exercem o respeitável e imprescindível ofício de J.P.H. e, não têm por isso, as mesmas obrigações éticas inerentes ao exercício do jornalismo. Não há ninguém que defenda mais que do que barman, debates de peito aberto (ver post nºIV). Barman, como ilustre desconhecido que é, não observa a mínima diferença no uso de um nickname ou da verdadeira identidade. No contexto “blogosférico” é igual ao litro, mas não diz desta água não beberá... O algoz não é definitivo.
A propósito do assunto o farol já havia dito “Claro que há excepções, e essas excepções funcionam exactamente ao contrário nesses blogues só há o autor(a) e o resto é que é abstracto. Vejo a pessoa viva atrás. Mas acontece com menos blogues do que os dedos de uma só mão. A blogosfera é , para mim, impessoal.”
Barman sabe que a exposição tem consequências perversas e não vê necessidade de usar o BI para conferir maior ou menor seriedade às divagações aqui expostas. Não faz sentido.
E o que custa a digerir é esse hábito, bem enraizado no país, de se dar demasiado valor às pessoas em detrimento das ideias. Não me levem à letra! Falo de um modo geral, nada de más interpretações. É bom lembrar que este país, acredita em homens providenciais.
Chega-me à memória um exemplo simples que acho eloquente.
O Arq. Gonçalo Ribeiro Teles anda há décadas, décadas a defender uma outra forma de abordar o ordenamento do território, tendo inclusivamente avançado com projectos concretos. E o que observamos, a começar pelo nosso número um, passando pelo presidente da capital e acabando sabe-se lá em quem, é essa espécie de paternalismo traduzida num: -Sim, é bom homem sim senhor, mas isso é complicado, sabe... o país é assim, é assado... Olham para o homem e validam ou não a ideia. Fossem os mesmos assuntos defendidos por um grupo liderado por um eng. Azevedo e porventura as consequências seriam outras.
Resultado, pelo que se vê e lê, essa união de facto entre poder local e construtores civis (um dos piores males pós 25 de Abril), há-de ter consequências que ainda não são de todo visíveis. Basta lembrar que o país se vocaciona para o turismo. É no mínimo pouco inteligente desprezar ideias como as do Arq. Ribeiro Teles.
PS: Sei que boa parte dos blogs, quando surgem, fazem eco via e-mail do seu nascimento. Aqui o barman achou por bem, entre outras coisas, fazer ou não fazer determinadas acções. Uma delas foi não enviar e-mails para fins de marketing. Teimosias. Até hoje só enviou dois e-mails. Um deles foi para o Glória Fácil a propósito da TSF. Devem-me ter em muito boa conta. Não deram cavaco nenhum.
Eventualmente, estarei a fugir ao contexto do dito, mas ergueu-se a questão da impessoalidade na blogosfera.
Obviamente, que o autor (João Pedro Henriques), não pensava neste modestíssimo prosador (que pretensão a minha), não obstante, barman sentir-se visado no comentário.
Como é sabido, nem todos exercem o respeitável e imprescindível ofício de J.P.H. e, não têm por isso, as mesmas obrigações éticas inerentes ao exercício do jornalismo. Não há ninguém que defenda mais que do que barman, debates de peito aberto (ver post nºIV). Barman, como ilustre desconhecido que é, não observa a mínima diferença no uso de um nickname ou da verdadeira identidade. No contexto “blogosférico” é igual ao litro, mas não diz desta água não beberá... O algoz não é definitivo.
A propósito do assunto o farol já havia dito “Claro que há excepções, e essas excepções funcionam exactamente ao contrário nesses blogues só há o autor(a) e o resto é que é abstracto. Vejo a pessoa viva atrás. Mas acontece com menos blogues do que os dedos de uma só mão. A blogosfera é , para mim, impessoal.”
Barman sabe que a exposição tem consequências perversas e não vê necessidade de usar o BI para conferir maior ou menor seriedade às divagações aqui expostas. Não faz sentido.
E o que custa a digerir é esse hábito, bem enraizado no país, de se dar demasiado valor às pessoas em detrimento das ideias. Não me levem à letra! Falo de um modo geral, nada de más interpretações. É bom lembrar que este país, acredita em homens providenciais.
Chega-me à memória um exemplo simples que acho eloquente.
O Arq. Gonçalo Ribeiro Teles anda há décadas, décadas a defender uma outra forma de abordar o ordenamento do território, tendo inclusivamente avançado com projectos concretos. E o que observamos, a começar pelo nosso número um, passando pelo presidente da capital e acabando sabe-se lá em quem, é essa espécie de paternalismo traduzida num: -Sim, é bom homem sim senhor, mas isso é complicado, sabe... o país é assim, é assado... Olham para o homem e validam ou não a ideia. Fossem os mesmos assuntos defendidos por um grupo liderado por um eng. Azevedo e porventura as consequências seriam outras.
Resultado, pelo que se vê e lê, essa união de facto entre poder local e construtores civis (um dos piores males pós 25 de Abril), há-de ter consequências que ainda não são de todo visíveis. Basta lembrar que o país se vocaciona para o turismo. É no mínimo pouco inteligente desprezar ideias como as do Arq. Ribeiro Teles.
PS: Sei que boa parte dos blogs, quando surgem, fazem eco via e-mail do seu nascimento. Aqui o barman achou por bem, entre outras coisas, fazer ou não fazer determinadas acções. Uma delas foi não enviar e-mails para fins de marketing. Teimosias. Até hoje só enviou dois e-mails. Um deles foi para o Glória Fácil a propósito da TSF. Devem-me ter em muito boa conta. Não deram cavaco nenhum.