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quarta-feira, agosto 20, 2003

XI. Conversas no ar 

- Quem?
- Esse mesmo.
- Mas...B.! Ele não é o mesmo que esteve...
- Sim!
- O tipo só teve o que merecia. Quem se mete nelas arrisca-se.
- Não diga isso Sr. Z., ele parecia ser boa gente.
- Boa gente? Qual boa gente, aquilo era um bom actor, astuto, sem escrúpulos, sedento de protagonismo.
- Olá B.! Tudo bem Z.?
- Olha o T!
- Então já sabes? Morreu o ...
- Sei pois! Coitado. Não o conhecia bem mas parecia um tipo decente.
- O Sr. Z. não pensa assim...
- Então Z.? O gajo tinha-os no sítio, sabes disso.
- Qual quê? É por isso que este país há-de ser sempre o país dos heróis mortos. Uns sorrisos para jornalista ver, prosápia q.b., olhar duro quando visto de perfil, no lugar certo no tempo certo e está feito o intrépido personagem.
- Oh Z.! Cinismo não soa bem contigo...
- Opah! Não me venhas com tretas. Sabes bem como a coisa funciona. O gajo tinha ar de duro. E até podia ser. Mas, depois de morto isso é coisa que não se questiona por aqui. É herói, é herói, é herói e assunto arrumado. Este tipo de sentenças de carácter, para o bem ou para o mal, pode durar até à eternidade...
- Z.! Z.! Z.! Não morrem todos os dias engenheiros com tijolos na cabeça a salvarem trolhas...
- Ouçam! Ouçam senhores! Morreu Sérgio Vieira de Mello!
- Xiii! Esse é que era um homem a sério. Daqueles que não engana ninguém. Que vai para guerra sem querer saber onde ela se desenrola. Daqueles...
- Hossana! Hossana! Caro Z., um bocadinho de coerência não te faria mal. Gostava de ver se este tivesse arrastado a asa pela C. ...
- Naaaa! Homens como este não se metiam por caminhos ínvios.
- Z. Será necessário lembrar-te que ele também era feito de carne e osso?


Assinale-se:
Qualquer semelhança com factos ou situações reais, é pura coincidência.

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