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quinta-feira, novembro 06, 2003

XXXIX. (...) e mais qualquer coisa 

Completando a ideia do post anterior. O leque de sensações que incorremos ao ver 4 horas seguidas de televisão, assistindo-se depois a uma sessão de cinema, são intensas e variadas.
No que concerne à TV, as manifestações do espírito ao longo do desenrolar dos programas, chegam a colocar em causa a sanidade mental momentânea. Senão repare-se. Ainda estou para achar a razão, que me levou a ver de rajada, os manifestos eleitorais, dos candidatos à presidência de um clube de futebol. Se aquilo fosse um debate e pelo meio se visse um joguito de futebol, até seria capaz de compreender. Mas ver aqueles personagens cinzentões a dissertar sobre assuntos chatos até à medula, é coisa que ainda não consigo entender. Porque razão não mudei de canal? Uma das razões que me assaltou, teve a ver com a curiosidade de aferir sobre os reais motivos, que moviam aquela gente a querer ser presidente do “glorioso”. Mais intrigante ainda era vislumbrar os motivos do senhor Madaleno [que a escassos minutos dos resultados oficiais, colocava em causa a credibilidade da sondagem à boca das urnas]. Mas esta justificação não me satisfaz.
Seguiu-se o «Portugal em Directo» na SIC. Perante os elogios contidos dos estrangeiros que opinaram sobre o país, ferveram-me os neurónios e veio de lá uma onda de optimismo tal, que nem após uma retumbante vitória desportiva consigo ter. «Claro!» – pensei eu – «Estamos rodeados de pessimistas e "velhos do restelo", o país até é bom. Não é apenas sol, praia e asnos para passear. Vamos acreditar nas nossas potencialidades, vamos lutar pelos ideais lusos, os outros não são melhores do que nós, vamos...» Por esta altura as minhas divagações faziam-me lembrar os dias mais inspirados do sr. Monteiro. Comecei a temer pela pureza do que me ía na alma.
Quando fiz descansar o comando da televisão e parei no programa da Júlia, os pensamentos passaram a ser turvados com verborreia e quejandos. Estava na fase enjoativa. Veio o «Livro Aberto» e a serenidade voltou. Voltou tão depressa que não cheguei a ver o programa até ao fim. Adormeci.
No dia seguinte o cinema esperava por mim.

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