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segunda-feira, outubro 27, 2003

XXXV. Jogas bem. Até quando? 

Apareces, fugazmente, no corpo de uma transeunte que te agrada. E, contudo, não te conheço. Sinto a tua presença. És caprichosa e não tens hora nem lugar. És presente. Habitas o meu sonho de amanhã. E não te vejo no passado.
Castigo-me por não saber chamar o nome às coisas e me perder na busca da magia das palavras que te são caras. Sei, que parte do teu mistério, se recolhe por aí.
Deixas soar risadinhas de escárnio por não conseguir decifrar, nem tão pouco desbravar caminho, no sentido da essência que te alimenta.
Ontem, julguei te ver no meio da tribo que pensei ser a tua. Ela olhou-me com os teus olhos e não hesitei.
Tens razão. Perdi o meu tempo. Quem disse que a ingenuidade não mata? Fiz tudo, mas tudo mesmo para ter de ti a expressão que se opõe aquela que me quiseste dar, embrulhada de desprezo e fel que tão bem sabes dosear.
Se foi essa a culpa que tive? Sim, concedo. Ainda consegues estar um passo à frente de mim. A tua crueldade é felina. Já sei, não eras tu.
Estou certo. Viverei até ao dia que ultrapassar essa linha de sombra. Até lá, irás insinuar-te numa qualquer montra que retenha o meu olhar.
Marcas o passo deste jogo. Mas a ti lembro: os ventos da sorte bebem do mesmo que usas para me iludir. Espero pelo teu momento de fraqueza.

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