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segunda-feira, agosto 18, 2003

VIII. À luz da blogosfera 

Barman não julga que quem usa este extraordinário canal de comunicação, tenha como objectivo o monólogo (Marcelo Rebelo de Sousa há só um e chega). Mas procura sim interagir com os demais utilizadores, ver novas perspectivas, ser contrariado nos seus pareceres, obter informação complementar... Em suma, descobrir várias formas de olhar o mundo enriquecendo o seu universo cognitivo.

Barman observa a “blogosfera”, como um enorme ponto de encontro. Um grande bar. Um lugar onde o que se pensa, serve de cartão de visita. E menos susceptível ao engano, porque todos se vêem para além de um corpo mortal.

Mas nesse bar, como no mundo, há de tudo um pouco. Os pobres de espírito, os iluminados, os enganados, os espertos, os vingativos, os paternalistas...

Barman confessa alguma desilusão pelo que, tal como acontece no micro mundo social português, se infere da observação da “blogosfera” portuguesa.
Há um grupo de preconceitos que inquinam a desejável democratização da expressão do pensamento. Seja ele mais elaborado, mais consistente, mais científico ou não.
Deve ou não ser levada a sério a opinião de quem, fruto das suas específicas circunstâncias de vida, emita um qualquer estado de alma, a todos os níveis revelador de ignorâncias várias, mas apelativa de uma necessidade de denúncia?
Não se está a pensar em demagogias, já de si reveladoras de um lado perverso de quem as profere. Pensa-se sim, se não será um dever, dar voz a quem precisa dela e a quem possa acrescentar algo de novo a um determinado assunto.

Foi com grande entusiasmo que se leu no Homem a Dias, o post “Amizade Perigosa” revelador de um mal entranhado nos artigos de opinião do nosso país. Defendia o autor do blog, (...)À semelhança do IRS dos políticos, aos cronistas deveria ser exigida e tornada pública a declaração anual de relações pessoais. Ao menos perceberíamos de quem se fala quando se fala da «grande promessa que o parlamento revelou» ou desse «ministro emocionalmente débil, tendencialmente autoritário e um acabado cabrão».
Já conhecia, por intermédio de jornalistas, a salgalhada ética denunciada em off the record por muita boa gente da meio social português. Barman já conhecia o desonesto uso de um espaço de opinião para servir interesses diversos. A chamada escrita por encomenda. E viu na blogosfera um sinal de que algo podia mudar para melhor neste campo.
Hoje começa a ter sérias reservas ao observar na blogosfera portuguesa, entre outras coisas, uma espécie de sobranceria intelectual ou até de carácter de uns sobre outros.
E note-se, não se está a pensar em Pacheco Pereira que tem usado da idoneidade possível para minorar o ruído deste canal de comunicação. E ele seria dos poucos a quem se compreenderia uma altivez no discurso.

Partilham a mesma preocupação?

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